Segni di Fede in Ignazio Silone
Renilda Otilia Noronha | 2013
O objetivo desta pesquisa é fazer uma leitura de alguns aspectos religiosos dos romances Fontamara (1933) e Vino e pane (1936) do escritor Ignazio Silone (1900-1976), nascido no pequeno e subdesenvolvido lugarejo de Pescina dei Marsi na Itália. Desde pequeno Silone enfrenta diversas perdas familiares: órfão de pai perde a mãe e o irmão mais velho no terremoto de 1915, restando-lhe somente Romolo, o irmão caçula, e a nonna Maria Vincenza. É auxiliado pelo padre Don Orione que o inscreve em um colégio católico. Abandona o colégio e participa da fundação do Partido Comunista Italiano. Silone torna-se um militante e sente a necessidade de exilar-se na Suíça. Depois de ser expulso do partido político socialista italiano, é na Suíça que publica seus primeiros romances, nos quais os protagonistas são os cafoni. Agricultores da Itália Meridional, as suas vidas são marcadas pela amargura, pela fé nos santos da igreja católica, em Nossa Senhora e em Jesus Cristo. Neste trabalho são destacados alguns personagens do mundo eclesiástico dos dois primeiros romances escritos no exílio, Fontamara e Vino e pane, bem como alguns personagens protagonistas, símbolos da fé e do sacrifício. Para a leitura das obras de Ignazio Silone, faz-se uso do volume das obras completas publicado pela Editora Mondadori, a cura de Bruno Falcetto, cuja obra inclui os romances, textos de jornais e alguns ensaios do escritor. Pretende-se identificar e analisar alguns sinais de religiosidade na narrativa siloniana, especialmente nas suas duas primeiras obras publicadas no exílio, uma vez que o ambiente da Itália Meridional é caracterizado por uma forte religiosidade.